segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Anderson Silva fraturou a tíbia e a fíbula

Anderson Silva conseguiu dormir depois de passar um domingo agitado, ansioso, principalmente por causa das fortes dores do pós-operatório. Os médicos comemoraram essa melhora no quadro clínico dele, pediram que ninguém perturbasse o Anderson Silva e adiaram para a manhã desta segunda-feira (30) a avaliação que vão fazer para decidir se dão alta a ele.
 
Anderson Silva já disse aos médicos que está louco para deixar o hospital e que quer ir para a casa dele, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Lá, a mulher e os cinco filhos aguardam ansiosos para revê-lo, já que a família havia decidido não ir a Las Vegas  para assistir a luta.
Ele recebeu a visita de muitos amigos ao longo do dia, um apoio para que ele possa enfrentar estes momentos dramáticos.
Anderson Silva entrou no octógono com a confiança e a concentração de sempre. O coro de apoio ao brasileiro, em português, dominava o ginásio, em Las Vegas, a cidade dos cassinos e das lutas nos Estados Unidos. Tudo parecia perfeito para a revanche, para o grande campeão recuperar o cinturão que havia perdido há seis meses para o próprio Chris Weidman.
O primeiro round foi duro para o brasileiro. O americano acertou um soco que quase apagou Anderson. Ele conseguiu se recuperar. Resistiu, apesar do castigo.
Começou melhor no segundo round. Quando parecia que iria retomar o controle da luta, aconteceu o inesperado. A canela do brasileiro se quebrou ao atingir o joelho de Weidman. Uma cena chocante.
Anderson Silva já caiu gritando de dor. Fraturou a tíbia e a fíbula. Depois de receber os primeiros socorros ainda no octógono, foi levado diretamente para a sala de cirurgia.
“Para mim foi um acidente de trabalho. Eu nunca vi isso acontecer. Eu estava assistindo a luta e na hora que o Anderson chutou e veio a machucar a perna, para mim, foi um momento difícil. É um momento que eu não gosto de assistir. Acho que é uma cena muito forte”, admite Jose Aldo, campeão peso pena do UFC. 
“É o pior cenário possível. É uma dor que é física, é no coração. E a recuperação é muito dura. Acho que a grande pergunta agora, que o Anderson, eu acho, não está ainda preparado para responder, porque é tudo muito recente, é saber se ele vai ter condições psicológicas de voltar do zero”, analisa o medalhista olímpico Flavio Canto.
Os médicos colocaram uma haste dentro da tíbia da perna esquerda. “O osso é como se fosse um cano. Você enfia, então, um ferro por dentro do osso e segura o osso”, explica o médico Ney Percegueiro.
A haste foi fixada com dois parafusos em cima e dois em baixo. “Antigamente a gente imobilizava com gesso por fora, engessava a perna. Hoje você imobiliza por dentro. Pode ficar com esse ferro a vida inteira, não precisa tirar”, afirma o médico.

A fíbula da perna esquerda, também fraturada, foi estabilizada e não vai precisar de uma cirurgia à parte. Do ponto de vista médico, é possível Anderson Silva voltar a competir, mas o processo de recuperação é longo, pode levar até nove meses.

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