Anderson Silva já disse aos médicos que está louco para deixar o
hospital e que quer ir para a casa dele, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Lá, a mulher e os cinco filhos aguardam ansiosos para revê-lo, já que a família
havia decidido não ir a Las Vegas para
assistir a luta.
Ele recebeu a visita de muitos amigos ao longo do dia, um apoio para
que ele possa enfrentar estes momentos dramáticos.
Anderson Silva entrou no octógono com a confiança e a concentração de
sempre. O coro de apoio ao brasileiro, em português, dominava o ginásio, em Las Vegas, a cidade dos cassinos e das lutas
nos Estados Unidos. Tudo parecia perfeito para a revanche, para o grande
campeão recuperar o cinturão que havia perdido há seis meses para o próprio Chris
Weidman.
O primeiro round foi duro para o brasileiro. O americano acertou um
soco que quase apagou Anderson. Ele conseguiu se recuperar. Resistiu, apesar do
castigo.
Começou melhor no segundo round. Quando parecia que iria retomar o
controle da luta, aconteceu o inesperado. A canela do brasileiro se quebrou ao
atingir o joelho de Weidman. Uma cena
chocante.
Anderson Silva já caiu gritando de dor. Fraturou a tíbia e a fíbula.
Depois de receber os primeiros socorros ainda no octógono, foi levado
diretamente para a sala de cirurgia.
“Para mim foi um acidente de trabalho. Eu nunca vi isso acontecer. Eu
estava assistindo a luta e na hora que o Anderson chutou e veio a machucar a
perna, para mim, foi um momento difícil. É um momento que eu não gosto de
assistir. Acho que é uma cena muito forte”, admite Jose
Aldo, campeão peso pena do UFC.
“É o pior cenário possível. É uma dor que é física, é no coração. E a
recuperação é muito dura. Acho que a grande pergunta agora, que o Anderson, eu
acho, não está ainda preparado para responder, porque é tudo muito recente, é
saber se ele vai ter condições psicológicas de voltar do zero”, analisa o
medalhista olímpico Flavio Canto.
Os médicos colocaram uma
haste dentro da tíbia da perna esquerda. “O osso é como se fosse um cano. Você
enfia, então, um ferro por dentro do osso e segura o osso”, explica o médico
Ney Percegueiro.
A haste foi fixada com dois parafusos em cima e dois em baixo.
“Antigamente a gente imobilizava com gesso por fora, engessava a perna. Hoje
você imobiliza por dentro. Pode ficar com esse ferro a vida inteira, não
precisa tirar”, afirma o médico.
A fíbula da perna esquerda, também fraturada, foi estabilizada e não vai
precisar de uma cirurgia à parte. Do ponto de vista médico, é possível Anderson Silva voltar a competir, mas o processo de
recuperação é longo, pode levar até nove meses.
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