O suposto fim do mundo
profetizado pelos maias levará hoje alguns crédulos em direção ao refúgio mais
próximo, seja uma montanha sagrada na França ou bunker particular nos Estados
Unidos, mas muitos terráqueos pensam em celebrar este fim do mundo em um bar de
Hong Kong ou de Sydney. A venda de refúgios preparados, estoque de provisões,
preços de hotéis em alta vertiginosa, menus especiais de fim do mundo, visita a
locais sagrados, etc: o que é certo é que o calendário maia faz dinheiro
circular em todo o mundo.
No México e nos
países da América Central nos quais a civilização maia se estendeu (Belize,
Guatemala, Honduras, Salvador), o fim do mundo influencia há meses o setor
turístico. São organizadas conferências, reconstituições de rituais,
acontecimentos especiais, espetáculos de luz e som: os antigos sítios maias
atrairão multidões hoje, ignorando a indignação dos indígenas. Em Honduras,
inclusive o presidente participará de uma cerimônia.
Alguns locais têm
a reputação de ser um refúgio no apocalipse, sem que se saiba a que se deve esta
crença. Na Bolívia, uma cerimônia religiosa será organizada na ilha do Sol do
lago Titicaca. Segundo a lenda, ali nasceram os fundadores do império inca. Na
Sérvia, a montanha de forma piramidal Rtanj, a 200 km de Belgrado, tem uma
reputação similar que atrairá muita gente por ocasião do solstício de
inverno.
O monte Bugarach,
situado no sudoeste da França, já é vítima de sua reputação de refúgio
antiapocalíptico, a tal ponto que certos hotéis cobram tarifas de até 1.500
euros para passar ali a noite fatídica. Soma que é preciso pagar adiantado,
chegue ou não o fim do mundo. As autoridades locais, inquietas pela segurança,
convocaram as pessoas a não se dirigirem para lá. Na Turquia, afirma-se que o
povoado de Sirince também ficará à margem do apocalipse porque foi dali que a
Virgem Maria subiu aos céus. Resultado: reservas completas para o dia 21 em
todos os hotéis.
Na falta de
locais sagrados, outros temerosos do apocalipse optam por refúgios construídos
pelo homem. Nos EUA, são muitos os que se preparam para um cataclismo com
refúgios antinucleares ou sótãos transformados em bunkers. Por 30.000 rublos
(cerca de 9.700 euros), os moscovitas endinheirados podem escolher um dos 300
lugares em um bunker da época stalinista, a 65 metros de
profundidade.
Já na Ásia, no Japão e na
Índia, o fim do mundo parece ser a ocasião de realizar festas. "Pode ser sua
última dança, então não a perca!", afirma o Bar Sky de Nova Délhi. Em Hong Kong,
vários restaurantes propõem menus especiais; um deles promete inclusive não
cobrar a conta... se o apocalipse chegar.
O sistema vigesimal: Diferente de nós ocidentais, os Maias
adotavam uma matemática baseada num sistemavigesimal, ou seja, de 20 números
base (o nosso sistema decimal possui 10 números base). Isso se dava porque eles
contavam os dedos das mãos e dos pés.
Assim o número 20 era extremamente importante para
eles, assim como o 10 é para nós.
O Número 13 para os Maias: Os Maias davam grande importância ao numero 13 pois, segundo alguns acreditavam, o céu era composto por 13 camadas, outros atribuem a importância do 13 às 13 lunações anuais. A verdade é que eles tinham como base temporal a dupla 13 e 20.
O Número 13 para os Maias: Os Maias davam grande importância ao numero 13 pois, segundo alguns acreditavam, o céu era composto por 13 camadas, outros atribuem a importância do 13 às 13 lunações anuais. A verdade é que eles tinham como base temporal a dupla 13 e 20.
A contagem de tempo Maia: Os Maias possuíam um calendário solar muito mais
preciso do que o calendário
Gregoriano que usamos hoje. Além disso possuíam também um calendário religioso de 260 dias.
O Calendário solar, chamado Haab possuía
18 "meses" de 20 dias, sendo que cada dia do mês possuía um nome
(como os nomes do nosso dia de semana), num total de 360 dias.
Adicionava-se ao fim do calendário 5 dias extras, sem nome, num período
chamado Wayeb. Este calendário regia a vida agrícola do povo.
O Calendário religioso, composto de 13 meses de 20
dias chamava-se Tzolk'in e possuía um total de 260 dias. Ele regia a
vida religiosa e administrativa da cultura Maia.
Não é de se estranhar que os Maias, povo obcecado
pela contagem do tempo, visse enormes transtornos em possuir dois calendários
distintos. Então como era de se esperar, criaram mais um calendário que
unificou a contagem.
Tal calendário obedecia a um ciclo de 52 anos, ou
seja, a cada 52 anos o primeiro dia do Haab se encontraria com o
primeiro dia do Tzolk'in.
Ótimo, os Maias resolveram seu problema de
calendários, porém criou-se outro. A cada 52 anos o calendário maia era zerado,
ou seja, em menos de um ciclo de vida humana partia-se do ano zero ao ano zero
do calendário, o que era problemático para a contagem de datas históricas.
Sendo um povo extremamente organizado, com grandes
bibliotecas e importantes datas a serem reverenciadas, tinha-se que criar uma
forma de referenciar datas na história. Criaram então o que ficou conhecido
como Calendário de Conta Longa
Como era este calendário:
1 K'in = 1 dia
20 K'in = 1 Winal = 20 dias
1 Tun = 18 Winal = 360 dias
1 K'atun = 20 Tun = 7.200 dias
1 B'ak'tun = 20 K'atun = 144.000 dias
O calendário de conta longa possuía
13 B'ak'tun de duração suas datas eram escritas da seguinte forma:
B'ak'tun (.) K'atun (.) Tun (.) Winal (.) K'in
Então o dia (K'in) 1 do calendário de conta longa
era representado como: 0.0.0.0.1
O K'in 17 do Winal 6 do Tun 3 do K'atun 7 do B'ak'tun 5 seria representado assim: 5.7.3.6.17
Assim os Maias poderiam datar com precisão qualquer acontecimento histórico.
O "ano zero" Maia:
Baseado em vários textos encontrados nos sítios arqueológicos Maias, estudiosos chegaram a conclusão que o ano zero do Calendário de Conta Longa (ou seja, 0. 0.0.0.0) teria ocorrido em 11 de agosto de 3.114 Antes de Cristo.
Devido a destruição pelos conquistadores espanhóis
do grande acervo histórico Maia, armazenado em suas bibliotecas, provavelmente
nunca saberemos o motivo que os levou a escolher esta data como início de seu
calendário.
Como os Maias erigiam grandes monumentos ao fim de
cadaK'atun (20 anos) existem vários registros de datas disponíveis para
comparação e consulta.
2012, o fim:
Os Maias davam grande importância ao fim de ciclos de contagem de tempo, daí a importância de se construir monumentos a cada Ka'tun, e o fim do ciclo de calendário circular (52 anos) era de grande importância religiosa pois os dois calendários novamente se encontravam. Muitos desses "fim de ciclos" eram vistos como "inicio de boa sorte" e outros como de má sorte".
Nada mais óbvio então que dar uma interpretação
transcendental ao final do calendário mais longo dos Maias. Ou seja, o Calendário
de Conta Longa. Muitos dizem que em 21 de dezembro de 2012 o Calendário Maia
acaba, que eles não continuaram o calendário, e que isso é um sinal do fim dos
tempos... Ledo engano.
Em 21/12/2012 chegamos ao fim da contagem de tempo
do calendário de conta longa, ou seja, chegamos ao 13.0.0.0.0
O que isso quer dizer? Os Maias não conseguiram
continuar seu calendário? Por que pararam exatamente neste dia? Será um
presságio para o fim do mundo? É possível que para os Maias sim.
Uma sociedade baseada nas mais variadas mitologias
envolvendo contagem de tempo, a chegada de um marco tão importante
deveria ser recheada de simbolismos, talvez benéficos, talvez maléficos.
O que sabemos é que os Maias possuíam ciclos
"adicionais" que poderiam ser acrescentados aos 13 B'ak'tuns,
porém nunca foram usados no calendário de conta longa, talvez por imaginarem
que seria desnecessário.
Se os Maias existissem hoje, qual seria a
importância do ano 13.0.0.0.0? Talvez a mesma importância que demos a
transição entre o ano 2000 e o ano 2001.
Resumindo: Para a cultura Maia, os ciclos eram de extrema
importância na contagem do tempo. Todos os seus calendários eram cíclicos
uma vez que eles viam o universo de forma cíclica.
O fim do último B'ak'tun deveria ter sido
o fim do grande ciclo temporal Maia, caso eles ainda existissem, e deveria ser
recheado de simbolismo, entretanto os Maias não existem mais.
Seus calendários são a prova viva que
na mesoamérica pré-colombiana, povos de altíssima capacidade
intelectual em todas as áreas do conhecimento floresceram e prosperaram em
ramos da ciência que os ocidentais nem sonhavam existir, apesar de viverem em
uma civilização lítica.
Os Maias não foram ajudados por ETs a construir seu
calendário. Ele é fruto da inventividade superior deste povo.
Seu calendário não marca o "fim do mundo"
mas apenas o fim de um ciclo. Seu fim em 21/12/2012 não quer dizer que
eles pararam de calculá-lo, e sim que o dia 22/12/2012 será o dia 0.0.0.0.0 do
novo ciclo do calendário de conta longa Maia.
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