sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Deputados Jordy e Zenaldo contestam a divisão do Pará


O deputado Zenaldo Coutinho, coordenador da Frente contra a criação do Estado de Carajás, foi o último entrevistao da série da TV Liberal exibida até ontem no jornal Liberal 1ª edição. Durante a entrevista, feita pela jornalista Priscilla Castro, o parlamentar, apoiado por Jordy, defendeu a união de forças ao invés da divisão do Estado. "Estes projetos de divisão são os mais atrasados e mais elitistas que poderiam ser apresentados para o povo. É atrasado porque a tendência mundial hoje, na iniciativa privada, por exemplo, é a junção de grandes grupos econômicos para ficarem mais fortes. No âmbito da política também, os países têm se unido", afirmou o parlamentar, ressaltando que as potências que mais crescem no mundo hoje são os países grandes como Brasil, Rússia, Índia e China.
Ele também criticou o novo desenho geográfico que o Plebiscito vai impor ao Estado. "Aqui querem propor a divisão e o pior: deixar apenas 17% do nosso território, é quase nada, pois o Tapajós teria 59% do território, mas sem condições de administrar porque as despesas seriam muito maiores, inclusive, em relação ao seu PIB. O aumento das despesas públicas não é bom para ninguém. As três regiões perdem", afirmou Zenaldo, ressaltando que o movimento separatista é controlado por pessoas que são de fora do Estado.
Questionado se as grandes dimensões do Pará não dificultam uma melhor distribuição dos investimentos, Zenaldo ponderou, dizendo que a solução, neste caso, seria discutir uma melhor forma de captação de recursos. "Se tamanho fosse importante para realizar o sonho das pessoas, os estados de Sergipe, Amapá e Alagoas seriam extraordinários e não são. O que precisamos é de políticas integradas, é ampliar os serviços de transporte, segurança pública e educação. Ao invés de estarmos nesta disputa aqui entre irmãos, deveríamos estar bem unidos em Brasília brigando por mais recursos", disse.





Eles não querem nosso bem, mas nossos béns
·         por Amarílis Tupiassu


Indigna já só a idéia de reduzir o Pará a Belém e Zona do Salgado. Coisa de político-forasteiro mal-agradecido. O cara chega à casa alheia, que o acolhe com hospitalidade, e se revela um aproveitador. Entra, fuça a geladeira, abanca-se no melhor sofá, escancara as portas dos quartos, e a gente sabe: é um folgado. Chora, estremece por seu estado de nascença, enquanto explora e desdiz do Pará, de que só pensa em chupar tudo, até o Estado inteiro, se deixarmos.

O retalhador do estado (dos outros) chega e se espalha feito água. Abanca-se, invade a cozinha, destampa, tem o desplante de meter o dedo na panela, antes do dono da casa, lambuza as mãos, lambe os dedos. Como nós, os paraenses somos cordiais, ele confunde cordialidade com liberalidade. Vem, vai ficando, mergulha de unhas e garras afiadas em terras e política. Espalhado, o aproveitador, pronto, enriqueceu, encheu a pança. Fez-se fazendeiro, político de muito papo (balofo), o cara de pau. Alguns não dispensam trabalho escravo e agora dão de posar de redentores da miséria do Pará, como se só no Pará houvesse miséria. E cadê? Ih, já nas altas cúpulas, armando discórdia, querendo porque querendo dividir o estado do Pará, ‘disque’ porque é estado imenso e pobre, como se os miniestados brasileiros fossem paradisíacos reinos de felicidade, nenhum faminto sem teto, nenhum drogado, saúde e escola nos trinques, nada de tráfico e exploração de menores. Balela de retalhador!

O retalhador (do estado alheio) tem no cérebro sinal de divisão. Só quer dividir, não seu estado, onde o espertalhão não conseguiu levantar a crista. No Pará, não se contenta em ser fazendeirão, explorador de miseráveis. “Quero um estado pra mim, Assembléia Legislativa, rumas de assessores, Tribunal de Contas com obsceno auxílio-moradia, mesmo que eu tenha casa própria”.

E o retalhador já quer governar o estado (dos outros), quer reino e magnífica corte própria, algo comum nestas terras brasílicas dominadas por quadrilhas de políticos cara de pau, porque os dignos, vergonha na cara, os que lutam a valer por um Brasil de união, ordem e progresso, estes raros políticos dão uma de éticos e não põem a boca no trombone.

Não, o Pará não é casa de engorda e enriquecimento de esquartejador da terra dos outros. Mas o pior é que eles se juntam até a certos políticos paraenses, que, em vez de dizer não decisivo e absoluto à divisão, ficam em cima do muro. É que os muristas, paraenses também não são flor que se cheire. Incrível que políticos paraenses admitam o roubo oficial das ricas terras do Pará. Pendurados no muro, os muristas paraenses só pensam na engorda de seus vastos currais e não em defesa e união.

Sim, quem quer esfacelar o Pará? Deputados de longe que lambem os beiços por se apoderar do Marajó, do Tapajós, de Carajás. Risíveis os argumentos separatistas: “A imensidão do Pará impede seu progresso”. Nada! Papo de político! É vasta a miséria dos estados pequenos e do Brasil mal governado. Dividir vem da omissão de políticos do Pará, eles em ânsias por suas lasquinhas. Separatista daqui e de fora quer é feudo, castelo, mais poder. O mapa do Pará lembra um buldogue. Ele precisa de brio, amor-próprio, rosnar, se quiserem reduzi-lo em retalho. O Pará quer paz e união. Vamos calar os esquartejadores que boiam, do fracasso em seus estados, ao sonho de esfacelar o Pará. Vamos dizer não a mais essa mutreta de político espertalhão.

Transcrito do Caderno Mulher de 'O liberal' - 13/12/09

Nenhum comentário:

Postar um comentário