sexta-feira, 20 de abril de 2012

Docentes paralisam atividades na Ufra e UFPA por um dia


Poucos alunos compareceram, ontem, aos campi das Universidades Federais do Pará (UFPA) e Rural da Amazônia (Ufra), em Belém, em função da paralisação dos professores do serviço público federal por melhores salários. Os corredores estavam parcialmente vazios e apenas alguns cursos de graduação e pós-graduação mantiveram as aulas normalmente. Os setores administrativos não foram afetados pela paralisação.
Na UFPA, os pavilhões de aula do campus básico estavam sem movimento. Os poucos alunos que circulavam tiveram apenas uma aula do dia ou então estavam reunidos para trabalhos acadêmicos. De acordo com eles, a maioria dos professores informou sobre a paralisação. "Todo mundo tem direito a fazer greve desde que não prejudique ninguém. Eles estão agindo pelos meios legais", disse o estudante de Psicologia Raphael Cordeiro.
Aluno do terceiro semestre, Adalberto Costa afirmou que há rumores de greve para maio. "Na semana que vem, dia 25, vai ter outra paralisação. É um emprego como outro qualquer e também (os professores) precisam ser bem remunerados", acrescentou. "Acredito que prejudica um pouco se fosse mais tempo, mas é a única forma de pressionar o governo", afirmou o estudante de Psicologia, Pedro Silva.
A situação não era diferente pelos corredores da Ufra. Géssica Sereja é estudante do quinto semestre do curso de Engenharia Florestal e acredita no direito de paralisação dos professores. "A profissão de professor é fundamental e é a mais desvalorizada. Foi a primeira paralisação esse ano", disse. "Acho válida, mas desde que não atrapalhe o conteúdo. Apesar disso, eles ainda não comentaram sobre a reposição pelo dia parado", afirmou a estudante Tainara Teixeira. "Vamos entrar no período de avaliação e complica um pouco essas paralisações", completou Edivanda Fontenelle, aluna do curso de Engenharia Florestal da Ufra.
O diretor da Associação de Dirigentes da UFPA (Adufpa), Gilberto Marques, estimou que a adesão foi superior a 90% na universidade. Segundo ele, será decido neste final de semana, em Brasília, durante a assembleia geral da categoria, a possibilidade de outra paralisação na próxima quarta-feira, 25. "As nossas principais reivindicações são as incorporações das gratificações ao salário e o novo plano de carreira que valoriza o docente. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que vai ser enviada para o Congresso ainda neste mês, não prevê aumento para o funcionalismo público", afirmou o diretor da Adufpa. De acordo com Gilberto, em média, um professor com doutorado e dedicação exclusiva recebe R$ 5 mil.

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