Poucos alunos compareceram,
ontem, aos campi das Universidades Federais do Pará (UFPA) e Rural da Amazônia
(Ufra), em Belém, em função da paralisação dos professores do serviço público
federal por melhores salários. Os corredores estavam parcialmente vazios e
apenas alguns cursos de graduação e pós-graduação mantiveram as aulas
normalmente. Os setores administrativos não foram afetados pela paralisação.
Na UFPA, os pavilhões de
aula do campus básico estavam sem movimento. Os poucos alunos que circulavam
tiveram apenas uma aula do dia ou então estavam reunidos para trabalhos
acadêmicos. De acordo com eles, a maioria dos professores informou sobre a
paralisação. "Todo mundo tem direito a fazer greve desde que não prejudique
ninguém. Eles estão agindo pelos meios legais", disse o estudante de
Psicologia Raphael Cordeiro.
Aluno do terceiro semestre,
Adalberto Costa afirmou que há rumores de greve para maio. "Na semana que
vem, dia 25, vai ter outra paralisação. É um emprego como outro qualquer e
também (os professores) precisam ser bem remunerados", acrescentou.
"Acredito que prejudica um pouco se fosse mais tempo, mas é a única forma
de pressionar o governo", afirmou o estudante de Psicologia, Pedro Silva.
A situação não era diferente
pelos corredores da Ufra. Géssica Sereja é estudante do quinto semestre do
curso de Engenharia Florestal e acredita no direito de paralisação dos
professores. "A profissão de professor é fundamental e é a mais
desvalorizada. Foi a primeira paralisação esse ano", disse. "Acho
válida, mas desde que não atrapalhe o conteúdo. Apesar disso, eles ainda não
comentaram sobre a reposição pelo dia parado", afirmou a estudante Tainara
Teixeira. "Vamos entrar no período de avaliação e complica um pouco essas
paralisações", completou Edivanda Fontenelle, aluna do curso de Engenharia
Florestal da Ufra.
O diretor da Associação de
Dirigentes da UFPA (Adufpa), Gilberto Marques, estimou que a adesão foi
superior a 90% na universidade. Segundo ele, será decido neste final de semana,
em Brasília, durante a assembleia geral da categoria, a possibilidade de outra
paralisação na próxima quarta-feira, 25. "As nossas principais
reivindicações são as incorporações das gratificações ao salário e o novo plano
de carreira que valoriza o docente. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias),
que vai ser enviada para o Congresso ainda neste mês, não prevê aumento para o
funcionalismo público", afirmou o diretor da Adufpa. De acordo com
Gilberto, em média, um professor com doutorado e dedicação exclusiva recebe R$
5 mil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário