Em conferência de imprensa, Julian
Assange, fundador e número um da WikiLeaks, disse ontem que a
organização está impedida de continuar a publicar documentos
secretos, por falta de dinheiro. A direção da plataforma alega ter ficado sem
fundos devido ao bloqueio da Visa, MasterCard, Payal. Acusa também, a Western
Union e o Bank of America, pela asfixia financeira.
A WikiLeaks suspendeu
temporariamente as publicações e, entretanto, lançou uma nova campanha de
arrecadação de fundos, anunciou ontem, em Londres, Julian Assange,
que classifica o bloqueio (das organizações financeiras) como
"arbitrário e ilegal".
De acordo com a direção da
WikiLeaks, a organização - que vive do apoio financeiro de
simpatizantes - deixou de ter acesso a pelo menos 95% das possíveis
doações. "Estamos, em todo o mundo, a insurgir-nos contra os bancos, e a
banca lançou um ataque muito grave como resposta; (os bancos) estão em
posição de derrubar uma organização que luta pela transparência. Se deixarmos
que nos façam isso sem serem confrontados, podemos ser os primeiros a ser
afetados (pela força das instituições financeiras) mas não seremos os
últimos", afirmou Kristinn Hrafnsson, número dois da WikiLeaks.
"Acordos
ocultos entre EUA e bancos"
"É óbvio que o Governo norte-americano pressionou
as empresas de modo a tirarem a WikiLeaks de circulação", desabafa
Andreas Fink, conselheiro delegado da DataCell, empresa islandesa de hosting
- alojamento de webs - que, junto com a WikiLekas, apresentou uma queixa
contra a Visa e MasterCard, na Comissão Europeia, por violação das normas
de competência. A DataCell é a empresa que administra as doações para a
WikiLeaks.
Em declarações ao "El País",
a partir da Suíça, Fink disse que 99% das doações que recebiam para a
WikiLeaks eram feitas através de cartões de crédito. "Mastercard e
Visa são como um monopólio, controlam 96% do mercado".
Segundo as estimativas de Fink, a
WikiLeaks e a Datacell deixaram de receber uns 50 milhões de euros desde
dezembro do ano passado.
Um porta-voz dos escritórios centrais
da Visa em Londres confirmou ao "El País" que a suspensão de
operações com a WikiLeaks permanece ativa mas disse que o momento não é
apropriado para comentar a queixa apresentada na Comissão Europeia, cuja
resolução é esperada para meados de novembro. Idêntica resposta o
jornal espanhol obteve de um porta-voz da MasterCard em Waterloo, Bélgica.
Até dezembro do ano passado, a
WikiLeaks recebia a maior parte das doações via Internet. A 7 do mesmo
mês, a Visa e a MasterCard decidiram deixar de fazer as operações destionadas à
organização. Quatro dias antes, tinha sido a Paypal, um dos sistemas mais
populares de pagamento pela Internet. Curiosamente, a 28 de novembro, eclodiu o
"Cablegate", que pôs a nu a diplomacia norte-americana, tendo
participado da divulgação dos documentos secretos o "El País". "The New York Times", "The Guardian", "Le
Monde" e "Der Spiegel".
A WikiLeaks já divulgou mais de 250
mil documentos diplomáticos, e anuncia que haverá novidades nos próximos meses
relativamente á publicação de documentos e ao sistema de recepção do mesmos.
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