segunda-feira, 24 de outubro de 2011

WikiLeaks sem dinheiro para publicar documentos secretos


Em conferência de imprensa, Julian Assange, fundador e número um da WikiLeaks, disse ontem que a organização está impedida de continuar  a publicar documentos secretos, por falta de dinheiro. A direção da plataforma alega ter ficado sem fundos devido ao bloqueio da Visa, MasterCard, Payal. Acusa também, a Western Union e o Bank of America,  pela asfixia financeira.
A WikiLeaks suspendeu temporariamente as publicações e, entretanto, lançou uma nova campanha de arrecadação de fundos, anunciou ontem, em Londres, Julian Assange, que classifica o bloqueio (das organizações financeiras) como "arbitrário e ilegal". 
De acordo com a direção da WikiLeaks, a organização - que vive do apoio financeiro de simpatizantes - deixou de ter acesso a pelo menos 95% das possíveis doações. "Estamos, em todo o mundo, a insurgir-nos contra os bancos, e a banca lançou um ataque muito grave como resposta; (os bancos) estão em posição de derrubar uma organização que luta pela transparência. Se deixarmos que nos façam isso sem serem confrontados, podemos ser os primeiros a ser afetados (pela força das instituições financeiras) mas não seremos os últimos", afirmou Kristinn Hrafnsson, número dois da WikiLeaks. 

"Acordos ocultos entre EUA e bancos"

"É óbvio que o Governo norte-americano pressionou as empresas  de modo a tirarem a WikiLeaks de circulação", desabafa Andreas Fink, conselheiro delegado da DataCell, empresa islandesa de hosting - alojamento de webs - que, junto com a WikiLekas, apresentou uma queixa contra a Visa e MasterCard, na Comissão Europeia, por violação das normas de competência. A DataCell é a empresa que administra as doações para a WikiLeaks.
Em declarações ao "El País", a partir da Suíça, Fink disse que 99% das doações que recebiam para a WikiLeaks eram feitas através de cartões de crédito. "Mastercard e Visa são como um monopólio, controlam 96% do mercado".
Segundo as estimativas de Fink, a WikiLeaks e a Datacell deixaram de receber uns 50 milhões de euros desde dezembro do ano passado.
Um porta-voz dos escritórios centrais da Visa em Londres confirmou ao "El País" que a suspensão de operações com a WikiLeaks permanece ativa mas disse que o momento não é apropriado para comentar a queixa apresentada na Comissão Europeia, cuja resolução é esperada para meados de novembro.  Idêntica resposta o jornal espanhol obteve de um porta-voz da MasterCard em Waterloo, Bélgica.
Até dezembro do ano passado, a WikiLeaks recebia a maior parte das doações via Internet. A 7 do mesmo mês, a Visa e a MasterCard decidiram deixar de fazer as operações destionadas à organização. Quatro dias antes, tinha sido a Paypal, um dos sistemas mais populares de pagamento pela Internet. Curiosamente, a 28 de novembro, eclodiu o "Cablegate", que pôs a nu a diplomacia norte-americana, tendo participado da divulgação dos documentos secretos o "El País". "The New York Times", "The Guardian", "Le Monde" e "Der Spiegel".
A WikiLeaks já divulgou mais de 250 mil documentos diplomáticos, e anuncia que haverá novidades nos próximos meses relativamente á publicação de documentos e ao sistema de recepção do mesmos.

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