Somente na Universidade do Estado do Pará (Uepa), 103 candidatos
com algum tipo de necessidade especial se inscreveram para os processos
seletivos deste ano - sendo que 88 farão as provas em Belém. Sobre a
preocupação dos vestibulandos com deficência física, a Uepa informou que 63
técnicos especializados, lotados na própria instituição, irão acompanhar os
candidatos durante a realização da prova. Em relação aos candidatos surdos ou
de baixa audição, a Uepa esclareceu que eles serão acompanhados por intérpretes
de Libras ou por ledores, que poderão elucidar o conteúdo das provas, em caso
de dúvidas.
Sobre a correção da prova, a Uepa não comunicou se haverá algum
tratamento diferenciado para os alunos com necessidade especial.
Em resposta a inquietação destes vestibulandos, o Centro de
Processos Seletivos (Ceps) da Universidade Federal do Pará (UFPA) explicou que
no processo de correção das provas do vestibular neste ano não há tratamento
diferenciado aos portadores de necessidades especiais, uma vez que apenas a
segunda fase é elaborada pela instituição e nela não há prova de redação, nem
questões subjetivas - a redação aplicada na 1ª Fase que é constituída pelo
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Inclusão - Para professora Sônia Teixeira, esta preocupação dos
candidatos com deficiência reflete um problema que não se restringe à época do
vestibular, e sim em como as escolas regulares estão tratando os alunos com
necessidades especiais. "A escola regular não consegue dar conta da
inclusão destes alunos. Há poucos profissionais com formação para os surdos,
por exemplo", afirmou. Ela leciona na Unidade de Educação Especial Astério
de Campos, onde há um projeto de extensão que prepara alunos com deficiência
auditiva para os vestibular.
O estudante Carlos Danilo de Moraes Ferreira, 21 anos, é um dos
atendidos pelo projeto. O jovem se inscreveu para o curso de Letras - Libras na
Universidade do Estado do Pará (Uepa) porque pretende trabalhar como
intérprete. "Estudei em escolas que não tinham intérpretes, então
enfrentava dificuldades. Quero fazer o vestibular para me desenvolver",
comentou o vestibulando, que está preocupado com a prova de redação.
Sônia ressalta que um dos problemas que alunos surdos enfrentam
na escola regular é com a falta de comunicação adequada. "O professor não
pode explicar o conteúdo de costas para o aluno porque se ele não for um
‘ouvinte’ não vai adquirir conhecimento", frisou.
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